segunda-feira, 2 de novembro de 2009

(...)

"(...) e me repetia solene que as vozes tinham se mudado, alterando para lá e para cá, quando ouvia apenas as sílabas mortas das palavras que continham mofo. Não me importavam aqueles gestos e palavras que insistiam em sustentar a loucura e a palidez do verbo viver.

E o outro, que me ouvia, mais que ativo e voraz, me colava palavras à boca, retinha meus pensamentos aos autos, propunha-se a rasgar minhas idéias e a expô-las, analisá-las. Eu não me pertencia mais: eu era o que me restou.

E escrevi três parágrafos a ele, dedicando toda minha veemência e todo meu torpor deste resíduo líquido: vida."

1 comentários:

Carla disse...

Olá, Marcelo. Só agora fui ver seu comentário com seu MSN. Está adicionado.