sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Poema feito a giz

A fruta no pomar
está alheia a tudo que a circunda,
exceto seu bojo de açúcar e textura,
que cresce
e vai tomando a forma de algo palpável,
de alguma coisa que se possa dizer fruta
ou açúcar
ou pele de fruta: alguma coisa
que se sinta e se prevaleça sobre o mundo.

Uma fruta no pomar
é mais que um avião
mais que um automóvel.
Flora
reduzida a sua mínima parte: vívida
pele
que cada vez mais se assemelha a aurora: delira
lentamente
nas horas da manhã
para então morrer no moer do açúcar e
do tempo.

2 comentários:

Talita Prates disse...

Qualitativamente, acho possível seguir teu blog! Agora, tecnicamente... parece que não... rs
:S
Talita.

Lara Amaral disse...

Lindo poema. Fazer da fruta algo mais importante de um dado momento, por ser este de transformação só dela, remete a tantas coisas. Como por exemplo, sentirmos que somos únicos. Mesmo parecendo menores às vezes, contribuimos com nossa parcela de mudança e evolução.

Fiquei feliz com seu comentário em meu blog. Muito obrigada!
Abraço!