De mãos que se guardam
noutras: comunhão,
fixa idéia de que a vida
vale a pena.
E risco em teu corpo
azul
como o dia que se desfolha para nascer
este novembro
(que há tantos anos escrevi sobre novembro
sobre viver em novembro
sobre viver em)
com um novelo de linhas
risco em teu corpo a forma de minhas mãos.
II
Faço um abrigo em teu peito,
desfio cada novelo de tuas idéias
até ficar este mínimo fio: pólen.
III
O pólen é fruto de trabalho manual:
extraído apenas em novembro,
retira-se do mundo
com o mesmo lampejo de vida que o trouxe.
Amarelado,
infiltra-se na pele: tem a mesma textura
do amor
e do infinito. Feito em fibras, como o ouro
e os tecidos, constitui-se parte de um poema
quando em mãos se vaporiza.
3 comentários:
Acabei de desfiar.
Lindíssimo!
Bjo.
Mas que coisa, vc escreveu essa doçura de novembro exatamente no dua do meu aniversário.
Gostei do pólem de novembro.
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